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Coluna 205: Quebra de sigilo bancário

Publicada dia 06 de Maio de 2013

Quebra de sigilo bancário

Desde a CPI dos Anões do Orçamento de 1992, para apurar a roubalheira de parte dos recursos públicos, de vários anos, pela via indecorosa do sobrepreço de obras e dos serviços contratados que se fala em quebra de sigilo bancário.

São, pois, decorridos 21 anos. Idiota é o político ou funcionário público de hoje que deposita ou deixa depositar dinheiro proveniente de roubo do Erário em sua conta bancária.

Aquele professor goiano disse que pagou em cédulas de 100 e de 50 reais a casa que comprou do atual governador goiano, ou seja, um milhão e quatrocentos mil reais.

Houve aquela dinheirama encontrada num escritório da filha de um ex-presidente da República Federativa do Brasil. Então, os políticos de hoje (e falo dos desonestos) usam as contas bancárias apenas para receber os seus estipêndios e fazer o pagamento das despesas da família ou da verba de representação.

Os fabricantes de colchões já podiam fabricar unidades dotadas de um compartimento secreto para guardar os milhões de reais surripiados das obras públicas, da saúde, de educação, da merenda e transporte escolares, do saneamento, do programa da bolsa-família e por aí vai.

Os colchões poderiam até ser mais altos do que os normais e com vários compartimentos onde os desonestos poderiam guardar os desvios de verbas públicas e o produto de outras falcatruas como a venda de voto para apoiar determinado projeto de lei seja do interesse do poder executivo em nível federal, estadual, distrital ou municipal.

Esse tal de Carlos Cachoeira tem dinheiro em espécie rolando e na mão dos chamados "laranjas", mas nunca em banco. Antigamente, o dinheiro surripiado do povo era distribuído em contas de familiares, motoristas, seguranças, empregadas domésticas e até em contas bancárias fantasmas que foi a causa daquele longo recadastramento bancário determinado por lei sancionada pelo presidente Fernando Collor de Melo.

Os mais espertos e igualmente os fluentes em inglês mandavam a grana ilícita (ato ilícito é todo aquele que atenta contra a moral e o direito positivo de um país) para paraísos fiscais, pois os mecanismos de controle do Banco Central eram (e continuam) precários. Vide o escândalo do Banco do Estado do Paraná (Banestado)com suas remessas fraudulentas para o Exterior. Parte dessa dinheirama voltava ao país, sob a forma legal de ingresso de capital, onde era aplicada na construção de edifícios de apartamentos e de hotéis, principalmente nas cidades litorâneas do Nordeste.

Era o que se chama, na gíria, de "esquentar" o dinheiro obtido de forma desonesta.

Quebra de sigilo bancário só pega otário ou político e funcionário público iniciante e sem experiência no trato de escamoteador o dinheiro fruto do suor do povo brasileiro sem nenhuma distinção, pois que todos, enquanto consumidores de bens e serviços, pagam embutido no preço ICMS e ISS.

Agora, quero ver se muita gente ainda tem coragem de usar telefones para administrar as falcatruas contra o Erário ou mesmo utilizar e-mails em suas transações desonestas, de vez que tudo que se escreve (mesmo que a pessoa apague depois) fica registrado nos portentosos servidores dos sítios da Rede Mundial de Computadores.

O esperto do Carlos Cachoeira usava rádio da Nextel habilitado nos States, pensando que não seria "grampeado" ou como se diz mais modernamente, monitorado. Deu-se mal e complicou a vida de Demóstenes Torres, o senador goiano que até então era tido e havido como um arauto da moralidade pública e até então candidato em potencial à presidência da República por um partido de cunho conservador.

Estamos indo de mal a pior.

Estamos... e mal pagos.

Pau Amarelo PE 06 de maio de 2013

Orlando Calado é bacharel em direito.

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