Coluna 216: É hora de o político abrir os olhos |
Publicada dia 17 de Outubro de 2013 |
REFLEXÕES
Doravante, a vida do político não mais vai ser aquele "mar de rosas" ou mesmo aquele "céu de brigadeiro".
Agora, os políticos vão ter que trabalhar e prestar contas ao povo de quem recebeu um mandato para representá-lo de modo condigno, trabalhando por causas nobres, deixando de lado vícios como usar a coisa pública em proveito próprio, de sua família e de seus amigos e correligionários.
Pelo que vemos todo dia na televisão, parece que o povão despertou de um sono letárgico: quem mora em favela quer morar num lugar decente; quem trabalha quer metrô, trem e ônibus decentes e confortáveis; quem é estudante quer escola de qualidade.
Dinheiro para tudo não falta, pena que seja desviado para outras coisas. O povo quer hospitais dignos, limpos e um tratamento humano. O povo quer decência na política. O povo quer reforma política. O povo quer escolas de qualidade. Não pode mais conviver com esse estado de coisas perigoso.
A política tem que ser para mulheres e homens honestos e realizados e que não se locupletem com o suor do povo brasileiro. Queremos honestidade por parte dos dirigentes. Queremos transparência nos negócios e nas licitações públicas.
A política, segundo os compêndios do Direito, existe para promover o bem comum. A coisa está a pouco e pouco mudando. O povo cansou de ser massa de manobra. O povo quer ser o protagonista maior da história. Quem quiser apenas se dar bem vai se dar mal. Quem não quiser trabalhar vai-se estrepar.
Chegou a hora de darmos um solene basta à hipocrisia e à secular enganação. Nossos seculares problemas continuam os mesmos: saúde e educação. Não é possível que não possamos resolver de vez essas coisas repetidas à exaustão a cada eleição presidencial, de governador e de prefeito. Não queremos embromadores na política nem sanguessugas incompetentes.
Tenho receio de que muita coisa, (impensável numa autêntica democracia) vai acontecer. Do jeito que as coisas estão a desenrolar no País, temo até por uma invasão do povo para a deposição em massa de senadores, deputados e vereadores, pois tem sido comum a ocupação de legislativos municipais, como tem acontecido no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Goiânia e em outras cidades do País.
Não se concebe mais um ensino fundamental de péssima qualidade em escolas sem banheiro e sem água potável como foi denunciado pelo Diário de Pernambuco no dia 13 de outubro de 2013. Só em Pernambuco temos 40 municípios nessa humilhante situação para crianças, professores e auxiliares. São 433 escolas sem água potável e sem banheiro.
Já está mais do que na hora de o povo se reunir (sem políticos e juristas) para escrever uma Constituição como foi feito na Islândia, pois não mais aguentamos essa nossa classe política, formada em sua essência por aproveitadores.
Vamos, pois, aguardar a marcha dos acontecimentos. A honestidade do político está posta em questão. O povo não aguenta mais tanta iniquidade, tanta roubalheira e tantos desvios éticos como o uso da coisa pública como se fosse propriedade particular. Vamos ver se os responsáveis tomam tenência para evitar a ira popular, resolvendo os problemas de nossa Nação sem que, para tanto, seja preciso uma atitude extrema.