Poema: Minha Terra Natal
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Autor: Antônio Siqueira
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Publicado dia 10 de Agosto de 2003
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Minha Terra Natal
São Bento do Una, minha terra amada!
Pernambucana flor do meu sertão!
Cidade Clara, simples, encantada,
que teus filhos elevam, ao vilão!
O belo despertar da madrugada,
é uma palco a iluminar-se para a vida,
à graça musical da passarada,
na paisagem sublime, colorida!
És um presépio, ao longo do caminho,
em que se avista o lindo panorama!
Se o visitante sente o teu carinho,
orgulhoso te louva êste que te ama!
O teu "grongonzo" é sentinela eterna
dessa orla sêca dos mandacarus.
E tua igreja guarda a bênção terna
da vez primeira em que se fêz a cruz!
O teu santo Padroeiro, o Redentor
e sob o qual se quedam os mitos,
traz em sua expressão Bondade e Amor.
- Nosso meigo Jesus, Pai dos Aflitos!
Tuas festas de grandes esplendores,
têm um sabor tradicional, feliz:
Barracas e brinquedos multicores...
Tudo bonito, em frente a Matriz!
A banda musical, já centenária,
reflete o gôsto da pupulação!
Sua harmonia é por demais lendária
e está na pauta do meu coração!
A tua feira livre se compara
a um mercado oriental de antigamente:
Frutas, cereais e muita coisa rara,
para o cosuma dessa pobre gente!
No leito do teu Una, se vasio,
abrem-se poços para as lavadeiras,
mas, quando cheio, vive um desafio
de sapos, cururús, nas ribanceiras.
Tôda água doce, quando vem o estilo,
desaparece, então, do teu açude,
porém teu povo luta, em desafio,
contra a sêca tenaz que não o ilude!
Ouço arrulhos dos pombos, todo o dia,
sôbre as casas antigas e vizinhas.
E o céu se torna um palco de alegria,
nas revoadas febris das andorinhas...
Há, no teu pôr-de-sol, à tarde calma,
uma aquarela rara de esplendor:
- É um poema que vive na minh\'alma
e uma canção dentro do meu amor!
Publicado no livro Réstias de Sol no ano de 1956.
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